26 de março de 2006

11. O Pequeno Passaro

O pequeno pássaro surge na noite e dá a sua luz de alegria àqueles indecentes, viciosos e malvados delinqüentes, do submundo sujo da classe media sem causa.
Causa euforia nos sorrisos banguelas das confusões, estremecendo os corpos marcados pelos traços da vida sem rumo e confusa, dos jovens espertos, malandros, e que não deixam passar a oportunidade de um bom golpe.
O que queres? – pergunta o pequeno pássaro.
Queremos orgias, dizem os infelizes.
E assim, o pequeno pássaro faz as nossas vontades. Leva-nos para a terra das orgias infinitas, banhadas por álcool, ervas, pó e pedras, em quartos sujos do submundo, com “garotas perdidas na vida” deprimente, que sobrevivem de dar prazer para vermes imundos, gordos, sujos e asquerosos, e também para nós.
Quando estão todos na fissura, o pássaro pergunta - O que Querem ??
E todos respondem de uma só vez:
-Queremos a João.
João de sobrenome Barros, àquele podre, sujo e imundo bairro.
E novamente, o pequeno pássaro nos leva ate elas, aquelas pedrinhas que estalam e nos levam aonde não imaginam chegar os prazeres de quem nunca conheceu.
Finalmente resta a noia, com seus olhos esbugalhados.
Querem mais? – pergunta o pequeno pássaro.
-Não, não agüentamos mais pequeno pássaro.
Mas ele não se conforma, ele quer dar mais prazer.
Novamente sai a procura de sanguessugas, para proporciona-lhes momentos de agonia, gozo e euforia.
Mas o pequeno pássaro é fraco, e como já diz no nome, pequeno.
Acho que ele não vai agüentar.
Acho que o pequeno pássaro de tanto dar prazer,
vai morrer.

09/12/04

p.r.