10 de outubro de 2007

31 - O Tenor

A febre,
abre as portas.
O corpo,
expulsa a obra.
Demônio canta as notas
que outrora fora a rota,
definitiva.

Caminho confuso estreita
os olhos.
Perspectiva,
atingir planos tão notórios.
Que vale a vida?
Se entregas, sábia alquimia,
me traz o alívio.
Procura inútil que me guia

Na tentativa,
levanta a cara e encara o dito.
Sem harmonia,
no caos descrito como um limbo.
A agonia,
visão aguçada todo um ciclo.
Não valeria,
todo roteiro num só dia.

Enlouquecia,
tudo de novo repetia
Cada momento,
cada escolha pesaria.
Arrependimento,
palavra exílio proibida.
O tenor atento,
pesava a vida
em balanças.

De um lado o tempo,
tudo destroe sem lamentos
Sobra as lembranças
fragmentadas fantasias
a arrogância,
invertido sentido do termo
bate no peito
centra o ponteiro
alma descansa.

p.r 10-10-07