5 de julho de 2007

28 - O Terno

O velho terno apertado,
Sufocante, antes peça indispensável,
Continua a disposição no armário há tempos fechado.
O corpo é fechado.
O armário trancado.
O terno é esquecido.
O velho...
Já foi.

Ousado.
Muito antes de usado,
sonhou em ser livre
Em crise,
o soldado
Costurou na pele, cem pontos
Tendo em vista,
Os inimigos derrotados

Pôs no armário
Tirou o terno,
e foi enterrado.
Trancado,
o corpo dentro esquecido
do terno e do armário

Choravam em lagrimas de sangue
Os cegos, gritavam
sem enxergar rente ao muro
os murmúrios voltavam
atormentados pela culpa
muitos jovens cegaram
seguiram trilhos definidos
mas mortos não falam

mesmo os cegos, são vaidosos
destrancaram o armário
corpo podre, velho e esquecido
com o terno do lado.
Pra encobrir toda sujeira
dos cegos,
dos fantasmas,
e do passado.

p.r.
05/07/07

1 Comments:

Blogger Giovanna Campos said...

td q eu leio aq é mto forte e mto claro.

sepre gostei da tuas palavras, desde qdo eu lia escondido na sala de aula.

6:39 AM  

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