27 de dezembro de 2008

79 - Feliz morte anunciada

Não
controlo minha vida,
não
escrevo minha rotina,
minhas vontades,
talvez
nem sejam minhas,
o descontrole me domina
e de tudo necessito.
O egoismo poético de minha escrita
não
me permite,
filosofias e políticas alheias
a minha existência
de eterno conflito desordenado do niihil,
sem perspectivas ou significados.
Será que sou ou serei tudo que acredito ser?
Inseguro?
por nao acreditar?
em nada?
ou no nada?
Sou o maior niilista que conheço.
Chego a não acreditar
na potencialidade singular de meu ser.
O desconforto da incerta
e niilista vida que mergulho.
Será que preciso das forjadas paixões
que me servem,
para brincar de alimentar minha escrita,
mesmo sabendo que nao existe essa infinita
paixão definitiva.
Na ausencia de controle e
busca de sempre mais,
me enquieta a data
na qual
sempre fico mal,
por saber que
a cada dia,
o senhor do tempo me tira,
dias,
e por isso
sempre acordado fico,
e ainda nada sou.
Apenas mais um marginal,
olhado de lado,
condenado,
mesmo antes de julgado,
pelo crime inafiansável,
de amar uma amada
odiada em varios estágios.
Quero o universo,
mostrar o conflito
e dizer que nao aceito
e desacredito,
por descobrir verdades que ferem,
que não devem
e nem podem,
ser ditas.
Eu grito.
Que somos o nada,
nao existem deuses,
e que nossa vida
é igual a de uma pedra ou galho,
que são o que são,
porque nós criamos os signos,
e nada são alem de pedras e galhos.
Dizer ainda que a arte,
meu vício,
um pouco alivia,
e que vivo minha escrita,
o passatempo imoral que de nada serve,
para aqueles que vivem
a enganadora realidade da (ID)ota mas(midia)s.a.
O que sugiro?
Um suicídio alternativo
como alternativa,
para o absur(sur)do da
vida
dos mortos-vivos.
Porque os vivos nao vivem,
e os mortos...
poucos (os) sã(m)o
aqueles que ficam,
eternizados,
no real mundo pensado
dos que viveram e nao foram
corrompidos.
Os incompreendidos,
renegados e abortados filhos de seu(senhor)
tempo,
para que num futuro,
inserto e inseguro,
talvez serem adotados,
estudados nos livros empoerados,
pelos poucos bons frutos
dos mortos anunciados,
que continuarão oficio já dado
há datas passadas
sem temer o reinado.
Ser seu proprio rei,
único,
e viver como uma estrela,
no brilho real e escolhido
de sua órbita definida
e trilhada,
sem interfirir na rot(in)a
dos mortos-vivos escravos,
os coitados,
que nada são alem de pedras
e galhos mandados.


p.r

31.08.08

1 Comments:

Blogger Giovanna Campos said...

você é o maior de todos os niilistas!
e o melhor escritor de todos eles.
e o que eu mais amo, msm assim, desse jeito.

6:50 AM  

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